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Imagine que uma grande empresa – uma indústria ou uma incorporadora – precise de dinheiro para fazer um grande investimento, como a construção de uma fábrica nova ou a aquisição de terrenos para novos projetos.

Qual é o caminho para que ela obtenha os recursos de que necessita?

Tomando um empréstimo em um banco, você pode ter pensado. De fato, essa é uma das formas mais tradicionais de levantar dinheiro, mas pode não ser a melhor ou a mais barata.

Por isso, muitas vezes as empresas recorrem a alternativas – e algumas delas podem envolver você, investidor!

Ações e debêntures são investimentos acessíveis a qualquer investidor, que representam um aporte de dinheiro em uma empresa. Mas embora tenham esse ponto em comum, são produtos muito distintos um do outro. Entenda qual deles é o melhor para você:

Renda fixa x renda variável

Debêntures são títulos de crédito negociados no mercado de capitais. Quem compra uma delas, na verdade, “empresta” dinheiro para uma empresa durante um período. Em troca disso, aceita receber uma remuneração – os juros.

Pelas suas características, as debêntures são classificadas como investimentos de renda fixa, como os títulos públicos e os CDBs. Significa que as regras relacionadas aos prazos e ao formato da remuneração estão definidas desde o momento da aplicação. Ao comprar uma debênture, o investidor sabe desde o início por quanto tempo o dinheiro ficará aplicado e de quanto serão os juros que receberá.

Ações, por outro lado, representam frações do capital de uma empresa. Quem compra um punhado delas na bolsa de valores adquire um pequeno pedaço da companhia – em outras palavras, se torna “sócio” dela. Se a empresa tiver lucro e crescer, o investidor poderá receber dividendos e ganhar com a valorização das ações. Se, por outro lado, a empresa tiver prejuízos, a tendência é de que os papéis se desvalorizem – e o investidor pode perder dinheiro também.

É por isso que ações são consideradas investimentos de renda variável. O retorno do investimento não é mensurável na hora da aplicação, porque o seu desempenho varia de acordo com as condições do mercado.

Prazos

Outra diferença entre ações e debêntures diz respeito à maneira como os investidores podem resgatar os seus recursos. As debêntures, quando são emitidas por uma empresa, têm um prazo de vencimento definido, que podem ser mais curtos, por exemplo, dois anos, ou longos, podendo chegar a cinco ou dez anos.

É possível vender as debêntures antes da data de vencimento, mas nesse caso os valores que serão pagos por elas estão sujeitos aos de negociação no mercado. E eles podem estar mais altos ou mais baixos do que o investidor desembolsou quando fez a aplicação num primeiro momento. Em outras palavras, nesse caso, há risco de perda.

Já as ações não têm data de vencimento, e podem ser mantidas pelo investidor por quanto tempo quiser, que pode vendê-las na bolsa quando lhe parecer mais conveniente.

Riscos

Também há diferenças entre os principais tipos de riscos a que estão sujeitos os investidores de ações e de debêntures. Como as debêntures representam empréstimos, o principal risco do produto é o de que as empresas “deem calote”, que não paguem de volta os juros ou a aplicação principal feita pelos investidores. É o que se costuma chamar de risco de crédito. Mas tudo isso depende da empresa que você investiu. Você pode aplicar em uma companhia que conhece ou que tenha lido boas notícias sobre sua situação financeira, e ainda conferir as notas das principais agência de rating. Assim diminui os riscos!

No caso das ações, o maior risco é comprá-las por um valor e, ao longo do tempo, as cotações se desvalorizarem. Isso pode acontecer por diversas razões: a empresa pode ter um desempenho financeiro ruim, pode acontecer uma crise econômica, a bolsa de valores pode sofrer um período de volatilidade mais forte, entre outras. Isso é conhecido como risco de mercado. No entanto, é bom lembrar que ações são investimentos de longo prazo e quanto mais tempo você fica com o produto, menores os riscos de perder dinheiro, pois há tempo hábil para se recuperarem de eventuais quedas de preço.

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