Jovens investidores gananciosos, subornos, espionagens e práticas criminosas para conseguir informações privilegiadas de empresas são apenas alguns dos assuntos da série “Billions”, que encerrou a quarta temporada este mês e que virou uma febre global desde sua estreia, em 2016.
Mais do que os embates entre Bobby Axelrod (Damian Lewis), gestor de uma firma de investimentos, e Chuck Rhoades (Paul Giamatti), um procurador federal envolvido em uma espécie de cruzada contra os criminosos de Wall Street, a série também traz lições valiosas sobre o mundo das finanças e do mercado de capitais.
Hedge funds
O fundo de hedge é um fundo de investimento que aposta em estratégias mais arrojadas do que os fundos tradicionais. Os gestores possuem mais liberdade para investir o dinheiro onde quiserem, sem as rígidas amarras de outros fundos: operações de day trade com ações, títulos privados, obras de arte. A lista é longa. O objetivo desses fundos é buscar rentabilidades maiores do que as entregues pelos fundos tradicionais. A gestão é feita geralmente por gestoras especializadas e os fundos costumam ser fechados, isto é, depois de um período não permite a entrada de mais investidores, e voltados a investidores de alta renda, com mais de R$ 1 milhão para investir.
Private equity
Imagine investir em uma empresa, tornar-se sócio e vender sua fatia alguns anos depois, quando o negócio já for grande e lucrativo. É esse o conceito do private equity, modalidade de investimento em que um fundo adquire participação em empresas com alto potencial de crescimento. A venda de participação costuma ocorrer em um prazo de cinco ou sete anos após o investimento. Outra modalidade de “capital empreendedor” é o venture capital. Nela, os recursos são aportados pelos fundos em empresas com bom potencial de crescimento, como startups, mas ainda sem fôlego para investimentos com recursos próprios.
Insider trading
No mercado de capitais, todos os investidores devem ter o mesmo tipo de tratamento e o acesso às mesmas informações. Mas nem sempre isso acontece. A expressão insider trading significa a negociação de valores mobiliários com o acesso a informações privilegiadas sobre uma determinada companhia antes dos demais investidores. O objetivo dessa prática ilegal é tirar proveito da informação, obtendo lucro ou outra vantagem para si próprio ou um terceiro. Normalmente, o insider pode ser o acionista controlador, o administrador da empresa, um funcionário, um consultor ou um advogado que detêm acesso direto a informações relevantes ainda não divulgadas ao mercado.
Conselho de Administração
Administradores de empresas de maior porte, sobretudo aquelas que negociam ações em bolsa, têm uma série de decisões importantes a tomar: a conquista de novos mercados, novos investimentos etc. Nem sempre são decisões fáceis, e surgem conflitos entre os executivos – e, também, entre eles e os acionistas, que podem não gostar dos rumos tomados. Para minimizar desavenças, essas empresas são obrigadas, por lei, a contar com Conselhos de Administração (ou board, em inglês), que têm justamente o papel de supervisionar as atividades da alta direção e representar os interesses dos acionistas, garantindo que as decisões reflitam o que é melhor para a empresa.
Fundos de pensão
O que os funcionários do Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal e Vale têm em comum? Eles são participantes de fundos de pensão, que na prática são fundos de previdência coletivos que têm como objetivo administrar os recursos da aposentadoria dos colaboradores dessas empresas. A relação pode até chegar a ser de “um para um”: ou seja, para cada real investido pelo colaborador, o empregador deposita igual montante. A adesão ao fundo de pensão está condicionada à existência de um vínculo com a empresa.
Alavancagem
Pense em uma empresa que faz um empréstimo bancário para abrir uma nova loja ou expandir a fábrica. Assim que as unidades entram em operação, a companhia começa a se beneficiar com o crescimento dos seus resultados (como o aumento de vendas), mesmo tendo que pagar o empréstimo para o banco. Em finanças, o nome disso é alavancagem: a estratégia de operar mais recursos para impulsionar a rentabilidade de um negócio (ou investimento). A estratégia também é arriscada. Se os retornos forem aquém do esperado, a empresa terá um prejuízo em mãos.
M&A
Sigla em inglês para mergers and acquisitions, o M&A significa, em bom português, fusões e aquisições. São operações que representam uma espécie de casamento entre duas empresas. No caso da aquisição, uma companhia investe recursos para incorporar uma concorrente, por exemplo, com o objetivo de aumentar seus clientes ou chegar a novos mercados. Nas fusões, duas ou mais empresas juntam suas estruturas (fábricas, quadro de funcionários etc), muitas vezes dando origem a uma nova marca.
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