Os cartões de crédito costumam ser vistos como os vilões das finanças pessoais. De um lado, muita gente acaba gastando o que não tem porque não vê o dinheiro sair da carteira na hora, e ainda os juros cobrados quando uma fatura vencida é negociada são bem altos. Mas existem maneiras inteligentes de usar os cartões sem ter de apertar o cinto muito forte. Confira:
Organização financeira
Muita gente acha que usar o cartão de crédito para fazer compras é um convite ao excesso de gastos, porque fica mais fácil comprar quando não se utiliza o dinheiro físico. Isso é verdade – mas também é verdade que, para algumas pessoas, o cartão de crédito é uma boa ferramenta de organização financeira. Uma das vantagens é que todas as compras são debitadas da conta de uma vez só, na hora do pagamento da fatura do cartão. Fora isso, todas as suas compras feitas com o cartão ficam registradas – seja nos bilhetinhos impressos nas maquininhas, seja no extrato da sua fatura. O mesmo não acontece quando você usa dinheiro.
Não exagere no número de cartões
É realmente fácil ter um cartão de crédito atualmente. Eles são oferecidos no comércio em geral – se parar para conversar com o caixa na hora de pagar a compra, pode acabar saindo da loja com um cartão novo nas mãos. Alguns deles dão vantagens, como descontos ou condições especiais de pagamento em alguns estabelecimentos específicos. Mas não é uma boa encher a carteira de cartões por dois motivos. O primeiro é que os cartões podem embutir custos com anuidades, por exemplo, que vão consumir o seu dinheiro. O segundo é que o exagero na quantidade de cartões pode conduzir você facilmente para o descontrole financeiro. Com muitos para acompanhar, o resultado é que, no fim, você pode já não sabe mais o quanto gastou no mês. Um ou dois cartões são suficientes.
Avalie o limite de gastos
Quanto maior for o limite do seu cartão de crédito, maiores são as chances de que você gaste mais do que deseja. Do contrário, quando o limite é baixo, você simplesmente não consegue fazer compras além desse valor. Então avalie com carinho o tamanho do seu. Use a sua renda mensal como uma referência. Faz sentido alguém que ganhe R$ 5.000 por mês ter um cartão com um limite de R$ 10.000? Só se estiver disposto a se desfazer das próprias economias para dar conta da fatura. Trabalhe com um limite de, no máximo, 50% da sua renda.
Cuidado com o parcelamento
O parcelamento das compras no cartão soa irresistível – principalmente porque, na maioria das vezes, a oferta de parcelamento é sem juros. A gente sabe que, na verdade, os juros são embutidos no valor das mercadorias e que o pagamento à vista deveria ter desconto. Mas é cada vez mais difícil conseguir isso no comércio. Mesmo assim, pense com carinho antes de optar por essa alternativa. O excesso de compras parceladas dificulta o controle financeiro. Os pagamentos se acumulam e se misturam com novos gastos. E convenhamos: não há nada pior do que começar o mês com uma parte do limite (e da renda, claro) comprometida com dívidas antigas.
Negocie anuidades
Alguns bancos e bandeiras oferecem descontos – e até gratuidade – na anuidade dos cartões de crédito. Porém, em alguns casos, desde que o seu dono faça um número mínimo de transações por mês ou gaste, no mínimo, um determinado valor. Usualmente, no entanto, isso não é anunciado claramente. Para fazer um bom uso do seu cartão, questione seu banco ou seu gerente sobre essas condições.
Programas de milhagem
Lembre-se que uma última vantagem dos cartões de crédito é o acesso a programas de acumulação de milhas, que podem ser trocadas por passagens aéreas e outros produtos. Pense nisso como um “brinde”, porque para acumular um volume expressivo de milhas é preciso ter um consumo elevado no cartão. Se você participa de um desses programas, não deixe suas milhas perderem a validade. Se não tem nenhuma viagem programada, verifique a possibilidade de trocá-las por outros produtos ou de vendê-las.
Cashback
Alguns cartões oferecem como benefício parte dos valores das compras serem reembolsados ao titular, isto é, o cliente receber um percentual do dinheiro gasto de volta. Por exemplo, se o cashback for de 1%, para cada R$ 1.000 gastos no cartão, a pessoa recebe R$ 10,00 em uma conta corrente ou de investimento. Pode parecer pouco, mas é uma boa maneira de juntar um dinheiro extra, sem perceber.
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