O Brasil é famoso pelas taxas de juros que são praticadas ao consumidor, principalmente em modalidades de crédito, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito. Essas linhas têm taxas mais salgadas e podem transformar suas contas numa bola de neve rapidamente.
Para ajudá-lo a escapar dos juros altos, preparamos uma série de dicas. Anote aí.
1. Use o crédito com consciência
O crédito é um excelente instrumento, mas deve ser usado com cautela e moderação. Ou seja, não dá para pegar crédito para comprar qualquer coisa. Em outras palavras, não busque financiar itens de consumo. Deixe ele para realizar grandes objetivos de vida, como a compra da casa própria ou a expansão da sua empresa, em que o crédito pode ser um importante aliado. Desde que sejam planejados, os financiamentos ajudam a encurtar o caminho de alguns sonhos. Mas não custa lembrar: pesquise a fundo as condições de cada empréstimo, pois há taxas competitivas no mercado.
2. Crédito não é extensão da renda
Atenção: o cheque especial ou o limite do cartão de crédito não são extensões do seu salário! É comum muitas pessoas usarem essas modalidades no dia a dia para cobrir rombos no orçamento, por exemplo. Aí que mora o perigo.
Esses instrumentos servem para situações de emergência e para usá-los no curtíssimo prazo. Isto é, se não houver previsão de cobrir o valor utilizado muito em breve, os juros do rotativo do cartão, por exemplo, podem ultrapassar 300% ao ano, fazendo com que a dívida cresça muito rapidamente sem que você perceba.
Por isso, planeje seus gastos. Regra número 1: monte um orçamento pessoal ou familiar, com todas as receitas (salários, renda de aluguéis etc.) e todas as despesas. Assim fica fácil enxergar para onde vai o seu dinheiro e fazer os ajustes necessários.
3. Priorize as dívidas mais caras
Está endividado? Um dos primeiros passos é saber o tamanho da encrenca, ou seja, quanto e para quem você deve, o prazo e os juros de cada dívida, qual o custo efetivo total (percentual que inclui juros, encargos e outras taxas) e o saldo devedor atual (para o caso de quitação antecipada).
Ao fazer esse diagnóstico, fique de olho nas dívidas mais caras, isto é, as que têm juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial. Para evitar que os valores cresçam ainda mais e se transforme em algo praticamente impossível de pagar, há algumas saídas: tentar uma renegociação com a instituição financeira ou tomar um empréstimo mais barato para quitar essas dívidas caras.
Atenção! De nada adianta conseguir um novo empréstimo para liquidar outras dívidas se não souber antes qual a capacidade de pagamento. Você precisa levantar todas as suas rendas e despesas (com moradia, transporte, alimentação, saúde, educação etc.), e entender qual parcela cabe no seu bolso. Caso contrário, no mês seguinte acabará se endividando novamente. Foque no que é preciso fazer para as contas baterem e equilibrar o fluxo de caixa.
4. Monte uma Reserva Financeira
Entenda qual é a sua capacidade de gastos, de acordo com a sua renda. Mensalmente, quando o salário cair na conta, siga essa ordem: poupar uma parcela da renda; pagar as dívidas e, então, planejar os gastos com o valor disponível.
Se consumirmos primeiro e deixarmos para guardar no fim do mês o que sobrar, provavelmente você não terá dinheiro até lá. O dinheiro a ser poupado deve ser o primeiro que sai da conta! Ter uma reserva financeira, mesmo que ainda possua dívidas, é essencial para lidarmos com eventuais imprevistos, evitando inclusive novas situações de endividamento.
5. Dívida é diferente de inadimplência
É muito comum as pessoas confundirem dívida com inadimplência. Entenda que dívida é tudo aquilo que você deve – isso inclui um parcelamento cujo pagamento esteja em dia, por exemplo. Já inadimplência é quando você perde a capacidade de pagá-las.
Para não ficar inadimplente, planejamento, organização e disciplina são fundamentais. Ao perceber que está com dificuldades para pagar as contas, tente negociar as condições. Infelizmente, em alguns casos, precisamos ficar inadimplentes, para conseguir renegociar o crédito tomado com os bancos. Então, muito cuidado, com o nome sujo, fica mais difícil conseguir outras linhas de crédito, caso seja necessário para colocar as dívidas em ordem.
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade dos usuários, não expressando, assim, a opinião do Como Investir. Para mais informações, consulte os Termos e Condições de Uso.