Você tem acompanhado no noticiário que a taxa básica de juros, a Selic, está no patamar mais baixo da história. Apesar dessa queda, ainda é preciso ter atenção com os juros que são praticados ao consumidor, principalmente em modalidades de crédito, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito. Isso porque essas linhas têm taxas mais salgadas e podem transformar suas contas numa bola de neve rapidamente.
O crédito é um excelente instrumento, mas deve ser usado com cautela e moderação. Ou seja, não dá para pegar crédito para comprar qualquer coisa. Em outras palavras, não busque financiar aquilo que não é realmente importante para você.
Para realizar grandes objetivos de vida, como a compra da casa própria ou a expansão da sua empresa, o crédito pode ser um importante aliado. Desde que sejam planejados, os financiamentos ajudam a encurtar o caminho de alguns sonhos. Mas não custa lembrar: pesquise a fundo as condições de cada empréstimo, pois há taxas competitivas no mercado.
Atenção: o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito não são extensões do seu salário! É comum vermos as pessoas usando essas modalidades no dia a dia para cobrir rombos no orçamento, por exemplo. Aí que mora o perigo.
Esses instrumentos servem para situações de emergência, daquelas que não dá mesmo para fugir. Sabe por quê? Os juros ultrapassam 300% ao ano. Isso faz com que a dívida cresça muito rapidamente sem que você perceba a bola de neve.
Por isso, planeje seus gastos. Regra número 1: monte um orçamento pessoal ou familiar, com todas as receitas (salários, renda de aluguéis etc.) e todas as despesas. Assim fica fácil enxergar para onde vai o seu dinheiro.
Está endividado? Um dos primeiros passos é saber o tamanho da encrenca, ou seja, quanto e para quem você deve, o prazo de cada dívida, qual o custo efetivo total (percentual que inclui juros, encargos e outras taxas).
Ao fazer esse diagnóstico, fique de olho nas dívidas mais caras, isto é, as que têm juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial. Para evitar que os valores cresçam ainda mais e se transforme em algo praticamente impossível de pagar, há algumas saídas: tentar uma renegociação com a instituição financeira ou tomar um empréstimo mais barato para quitar essas dívidas caras.
Entenda qual é a sua capacidade de gastos, de acordo com a sua renda. Na prática, saiba para onde o dinheiro está indo. Mensalmente, quando o salário cair na conta, siga essa ordem: poupar uma parcela da renda; pagar as dívidas (primeiro, as mais caras, como falamos) e, só depois disso, gastar (desde que sobre uma grana, é claro).
Ao pensar de maneira contrária, por exemplo, consumindo primeiro e deixando para o fim do mês (se sobrar) a poupança, provavelmente você não terá dinheiro até lá. E pior: talvez gaste mais do que tem. Assim, ficará sem uma reserva financeira e detalhe: com dívidas. Como já dissemos lá no início: os juros de contas em atraso são altos! Por outro lado, se você poupa, pode ganhar mais dinheiro, porque nesse caso a matemática dos juros joga a seu favor.
É muito comum as pessoas confundirem dívida com inadimplência. Entenda que dívida é tudo aquilo que você deve – isso inclui um parcelamento cujo pagamento esteja em dia, por exemplo. Já inadimplência é quando você perde a capacidade de quitar as suas dívidas.
Para não ficar inadimplente, planejamento, organização e disciplina são fundamentais. Ao perceber que está com dificuldades para pagar as contas, tente negociar algumas condições com o gerente do seu banco. Mas lembre-se de fazer isso antes de ficar inadimplente, pois, além de os juros devidos aumentarem, a tendência é que a margem de negociação fique cada vez menor.
Além disso, com o nome sujo, fica mais difícil conseguir outras linhas de crédito, como para comprar um imóvel. Em outras palavras, gastar com supérfluos acaba impedindo você de conquistar objetivos maiores.
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade dos usuários, não expressando, assim, a opinião do Como Investir. Para mais informações, consulte os Termos e Condições de Uso.