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O percentual de famílias brasileiras que possuem dívidas é alto, algumas inclusive encontram-se inadimplentes e estão com as contas em atraso. As origens das dívidas são as mais diversas, surgem em tempos de crise, imprevistos, ou mesmo devido à falta de planejamento na aquisição de bens e serviços, ou excesso de consumo.

Na hora do desespero, apelar para um empréstimo muitas vezes parece ser a única saída. Mas depois que a poeira baixa, costuma vir o arrependimento – de não ter apertado mais o cinto, de não ter pesquisado as melhores taxas de juros, de ter deixado de avaliar o custo-benefício de entrar em mais uma dívida. Uma alternativa é a renegociação do débito com o credor – o banco, por exemplo. E aí aparecem as dificuldades. Uma pesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em 2017 mostrou que quase 61% das pessoas que tentaram não conseguiram renegociar suas dívidas com os bancos.

O fato é que, embora seja usualmente sugerida como uma alternativa para quem entrou em mais dívidas do que pode suportar, a renegociação nem sempre é simples. É uma prática comum dos bancos, por exemplo, evitar renegociar dívidas de quem ainda não está inadimplente. A pesquisa do Idec indica que isso explica mais de 24% dos casos em que as pessoas não conseguiram mudar as condições dos seus empréstimos. “Quando o devedor está inadimplente, e quanto maior for o tempo de inadimplência, fica mais fácil renegociar, já que os bancos costumam dar os valores como perdidos. O que vier é lucro”, explica Letícia Camargo, planejadora financeira pessoal CFP®, certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).

É claro que a constatação não deve ser um estímulo para os endividados caírem de vez na inadimplência. Longe disso! Afinal, quem deixa de pagar o que deve corre um risco seríssimo: de ter o nome negativado nos órgãos de proteção ao crédito. E isso tem consequências importantes, como ter cada vez mais dificuldade para obter crédito no futuro.

Mas então, o que fazer se o banco não quiser renegociar sua dívida? Os resultados da pesquisa do Idec servem de alerta para alguns passos que precisam ser tomados de modo a conseguir se livrar do problema o mais rápido possível. Veja as orientações de Letícia:

– a primeira coisa a fazer é mapear a própria situação financeira. Liste suas dívidas, com especial atenção ao valor que ainda precisa ser pago, ao tamanho de cada parcela, ao prazo dos empréstimos e aos custos (como a taxa de juros). Depois, levante seu orçamento mensal, calculando suas receitas e despesas, o que lhe dará uma ideia de sua capacidade de pagamento das dívidas. Relacione ainda seus “ativos” – investimentos, carros e imóveis, por exemplo. Comece uma renegociação apenas quanto tiver esse diagnóstico feito.

– inicie a renegociação com seu próprio banco, mas lembre-se que por várias razões ela pode não andar. Se você ainda não estiver inadimplente (tomara que esse seja o caso!), o processo poderá ser mais difícil. Nessa situação, você pode procurar outras instituições para tentar fazer a portabilidade (ou a transferência) da sua dívida para aquela que oferecer as condições mais vantajosas.

– se a renegociação parecer um processo complicado, procure os órgãos de defesa do consumidor. Instituições como o Procon ou as defensorias públicas costumam ter departamentos de orientação para superendividados. “Eles têm advogados que atuam em favor dos cidadãos, procurando os melhores acordos com os bancos”, explica Letícia.

– evite, a todo custo, recorrer a agiotas ou coisa parecida. Eles costumam cobrar juros muito elevados, o que torna cada vez mais difícil quitar a dívida. “É preciso procurar melhorar o perfil da dívida com juros menores e não o contrário. Com agiotas o buraco ficará cada vez mais fundo”, alerta Letícia.

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