ACESSAR MEU PERFIL
CLIQUE AQUI PARA SE CADASTRAR ENTRAR COM FACEBOOK

Solicitar uma nova senha

Está difícil de guardar dinheiro? Pois saiba que você não é a única pessoa com problemas para poupar uma graninha todo mês. Segundo pesquisa feita no ano passado pela ANBIMA, menos de um quarto (24%) da população economicamente ativa no Brasil afirma fazer algum tipo de aplicação financeira. E isso se reflete, claro, no planejamento financeiro para a aposentadoria. Um dos principais problemas de não se preparar é chegar ao futuro sem economias.

O fato é que a dificuldade de poupar dinheiro vai muito além de questões financeiras. Esse obstáculo tem a ver com o comportamento do ser humano, e isso não é de hoje. Durante boa parte da história da humanidade, as pessoas lutavam para sobreviver todos os dias, e o futuro era muito curto. Tanto é que a idade média não passava dos 35 anos, por exemplo. Sim, morria-se muito cedo e, assim, não “sobrava tempo” para planejar o tal do futuro.

Hoje, a tendência é bem diferente. As pessoas estão vivendo cada vez mais, o que está muito associado à evolução da tecnologia, principalmente na medicina. Basta olhar para familiares e amigos que você encontrará alguns bem pertinho da faixa dos 100 anos. É claro que viver mais é ótimo, mas a longevidade aumenta o desafio de se preparar (inclusive, financeiramente) para essa vida mais longa.

 

mom dancing GIF

Galera preparada

O problema é que os avanços tecnológicos andaram muito mais rapidamente do que a evolução psicológica, explica Vera Rita de Mello Ferreira, consultora e professora de psicologia econômica, educação financeira e arquitetura de escolhas e membro do NEC (Núcleo de Estudos Comportamentais) da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

“Acabamos chegando a um momento em que a longevidade vai se estendendo cada vez mais sem haver uma correspondente evolução na maneira de encararmos tudo isso, incluindo o futuro”, diz. Aí que mora o perigo: continuamos preocupados em sobreviver a cada momento como se fosse o último.

Mas por que é tão difícil enxergar o futuro?

Diversos estudos de psicologia econômica ajudam a explicar por que temos tamanha dificuldade em enxergar o longo prazo. O chamado viés do otimismo, por exemplo, nos leva a acreditar que conseguiremos chegar ao futuro com saúde e dinheiro no bolso, sem qualquer acidente de percurso no meio do caminho, como perder o emprego, ficar doente etc. “As pessoas têm dificuldade em identificar riscos”, explica Vera.

 

extreme daredevil GIF

“Dificuldade em identificar riscos? Eu? Imagina.”

Outra armadilha é a aversão à perda, ou seja, optamos por consumir agora, gastar como se não houvesse amanhã em vez de sacrificar um pouquinho o presente em prol do futuro. O pensamento é mais ou menos assim: “Por que vou guardar para o futuro se nem sei se estarei vivo? Vou gastar tudo agora, mesmo”. Isso está relacionado ao viés do presente: concentramos o olhar no hoje, agora, sem conseguir avaliar o futuro.

E tem mais: a área do cérebro ativada quando pensamos em guardar dinheiro para o futuro é a mesma que é mobilizada ao darmos dinheiro para estranhos. Na prática, é como se o “eu futuro” fosse outra pessoa e, assim, acabamos nos preocupando pouco (ou quase nada) em traçar um planejamento financeiro para o longo prazo.

Deixar pra amanhã pode ser tarde demais

Aí voltamos ao assunto da longevidade: se a tendência é vivermos mais, claro que precisaremos de mais recursos (dinheiro, saúde, entre outros). Então, não dá para deixar esse assunto para amanhã porque o amanhã pode ser muito tarde.

Para conseguir ter a disciplina de poupar e investir de olho no futuro, Vera dá uma dica imbatível: poupança automática. Isso significa adotar uma espécie de “débito automático” para aplicações financeiras. Assim como fazemos com contas de consumo, os aportes mensais são feitos automaticamente. É uma estratégia para evitar o “vou começar a investir no mês que vem”. Começar é o primeiro passo.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários aqui publicados são de responsabilidade dos usuários, não expressando, assim, a opinião do Como Investir. Para mais informações, consulte os Termos e Condições de Uso.