A sugestão costuma ser a mesma. Tem dinheiro guardado e quer investir? Procure os serviços de um profissional – um planejador financeiro. Está endividado e não sabe como resolver? Um planejador financeiro pode ajudá-lo a se livrar do problema. Ganha bem, mas não consegue guardar dinheiro todo mês? Ahhh, por que não contratar, então, um planejador financeiro?
Contar com as orientações de um profissional especializado em planejamento financeiro pode ser muito bom. “O planejador financeiro tem capacidade de atender pessoas, casais ou famílias de diversas classes sociais, com ou sem liquidez. Normalmente, os clientes procuram um planejador para ajudar com gestão de investimento, organização financeira e preparação para a longevidade”, explica Emílio Otranto, superintendente geral da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar). “O tema das dívidas também está ganhando força em função da crise pela qual o país e as famílias estão passando. O passo seguinte é utilizar o planejamento para administrar seus bens e projetos futuros”.
Parece ótimo, não? Mas será que o serviço de um planejador financeiro cabe no seu bolso? O Como Investir tratou de descobrir!
Antes de discutir quanto custam esses serviços, é importante saber quais são eles. Conforme Otranto, o escopo do trabalho de um profissional pode variar bastante. “Há profissionais que fazem todo o planejamento financeiro do cliente e deixam a critério dele com quem quer implementar as ações do plano financeiro”. Isso porque qualquer outra atividade, além do plano financeiro em si, demanda licenças profissionais específicas exigidas pelos reguladores – como a Comissão de Valores Mobiliários – de acordo com o serviço prestado.
Valter Police Júnior, planejador financeiro com a certificação CFP, explica que esses profissionais podem ser contratados de várias formas. Alguns trabalham oferecendo consultas isoladas – assim como um médico, com o perdão da metáfora. “Nessas consultas, cliente e planejador conversam sobre os assuntos relacionados à vida financeira e o cliente recebe orientações sobre como proceder com seu dinheiro”, diz.
Outro modelo de atuação é o profissional ser contratado para elaborar um plano financeiro por escrito. “São feitas algumas reuniões, em que cliente e planejador trocam dados, e o produto final desses encontros é o plano financeiro no papel”, explica Police Júnior. Um terceiro modelo envolve, além da elaboração do plano, um acompanhamento pelo planejador durante a fase de implementação das medidas sugeridas. E outra forma ainda é a contratação do planejador durante um período determinado – de 12 ou 24 meses, por exemplo.
Mas vamos ao que interessa: quanto custa tudo isso? “A atividade do planejador financeiro ainda é nova. A discussão sobre o quanto vale esse trabalho ainda não atingiu uma definição”, diz Rodrigo Bussab, sócio da consultoria financeira Up My Money. Por isso, os valores variam muito. Segundo Police, quem trabalha com a sistemática das consultas isoladas costuma cobrar entre R$ 200 e R$ 1.000 por encontro – o seu próprio honorário é de R$ 650 por consulta.
Um modelo que tem se tornado comum é a contratação por um período determinado. “Muitos profissionais têm cobrado por volta de R$ 2.400 por ano”, diz Bussab. O valor eventualmente pode ser quitado em parcelas – como uma espécie de mensalidade. “Mas o custo pode ir de R$ 300 a R$10.000 por ano”.
Com tanta variedade de modelos e preços, é importante estudar muito bem antes de contratar um planejador financeiro. Talvez seja um pouco difícil entrar em contato com outros clientes, já que, por uma questão de confidencialidade, os planejadores não podem indicá-los para prestar referências profissionais. Mas é possível consultar os seus currículos e conferir que tipo de certificações eles possuem. A CFP (Certified Financial Planner) é especificamente voltada para esse tipo de profissional. Para obtê-la, é preciso prestar uma prova e aderir a um código de ética. No site da Planejar, você encontra os profissionais certificados próximos de você.
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