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Imagine emprestar dinheiro para que uma empresa pague dívidas ou invista em projetos de expansão. Você deve ter se perguntado: “mas por que eu faria isso?”.

Mercado de capitais? Sério mesmo?

Antes de responder a esta pergunta, é importante entender como funciona esse negócio de as empresas pegarem dinheiro emprestado das pessoas.

Toda companhia precisa de capital (dinheiro), seja para o dia a dia, seja para investir na construção de novas lojas ou ampliar a capacidade de produção. Como os sócios muitas vezes não têm todo o dinheiro, há algumas opções: tomar empréstimo em bancos, levantar recursos no mercado internacional ou captar diretamente de investidores no Brasil.

Em geral, o crédito bancário é caro e acessar o mercado internacional não é das tarefas mais fáceis. Por isso, levantar dinheiro diretamente dos investidores costuma ser uma alternativa mais vantajosa para as empresas. É aí que entra o chamado mercado de capitais.

O que é o mercado de capitais?

Basicamente, o mercado de capitais é onde as empresas conseguem levantar recursos diretamente de investidores. Com esse dinheiro, as companhias podem reduzir o custo de dívidas, ou mesmo financiar investimentos, como ampliar a capacidade produtiva, comprar equipamentos ou apostar em novas tecnologias.

Mas como as empresas captam esses recursos? Bem, há diferentes maneiras, sendo a mais conhecida a abertura de capital na bolsa de valores. Com isso, as ações (frações do capital social da empresa) passam a ser negociadas na bolsa, e qualquer investidor pode comprar e se tornar sócio (acionista) da companhia.

Ações? Bolsa? Tenho medo.”. Calma! O mercado de capitais não se resume a ações negociadas na bolsa de valores. Há opções de investimento para diferentes perfis de risco, por exemplo: debêntures (títulos de dívida de empresas), CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) – um “pacote” de créditos imobiliários ou do agronegócio em forma de títulos -, e fundos imobiliários.

Anote aí: títulos como CRIs e CRAs e debêntures incentivadas (que investem em projetos de infraestrutura) são isentos de Imposto de Renda (IR) para os investidores pessoas físicas. Ou seja, você não paga ao Leão, o que pode tornar a rentabilidade dos investimentos mais interessante comparada a outras aplicações financeiras.

Liquidez

Alguns títulos do mercado de capitais são muito líquidos, isto é, fáceis de transformar em dinheiro caso você precise do recurso. As ações são um exemplo. Por outro lado, há investimentos com liquidez mais restrita, como as debêntures, que são mais difíceis de se desfazer antes do prazo. Nesses casos, a recomendação é carregar o título até a data de vencimento.

Outro ponto que deve fazer parte da análise é o risco. Como são papéis ligados a empresas, é fundamental conhecer a situação da companhia, assim como o setor em que ela atua. Isso vale tanto para ações, quanto para debêntures. Lembrando que flutuações na economia ou no setor de atuação das companhias também podem afetar os investimentos.

Estrutura regulatório robusta

Outra razão para investir no mercado de capitais é que existe toda uma estrutura regulatória por trás, com atuação forte do órgão regulador, a CVM. Também há respaldo no âmbito da autorregulação pela ANBIMA, associação que reúne as entidades do setor, e um reforço importante de infraestrutura de mercado pela B3, a Bolsa, responsável pelos ambientes de registro e negociação dos ativos financeiros.

Tudo documentado

Todos os títulos, ao serem ofertados no mercado de capitais, têm uma documentação importante, que precisa ser lida com atenção pelos investidores, incluindo prospecto da oferta e escritura de emissão. Assim como lemos os rótulos dos produtos no supermercado, é fundamental conhecer as características dos títulos.

 

Foco total na documentação

 

Depois de explicado tudo isso, voltamos à pergunta do início do texto: “Mas por que eu emprestaria meus trocados para uma empresa?”. Entre os motivos estão: possibilidade de maior rentabilidade, diversidade de opções conforme o perfil de risco, estrutura regulatória robusta com fiscalização constante e documentos para ajudar na escolha dos investimentos.

Sem contar que o cenário atual, de queda da taxa de juros, torna o mercado de capitais ainda mais atraente. Isso porque os juros menores reduzem o rendimento de aplicações financeiras mais conservadoras, como poupança, títulos públicos ou bancários (CDB, por exemplo).

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