Há cerca de dois meses, o Tesouro Direto anunciou algumas vezes a interrupção dos negócios por conta da forte oscilação de preços dos títulos públicos. Essa volatilidade foi resultado do mau humor do mercado financeiro, refletindo incertezas em relação ao cenário político e econômico do país.
A interrupção segue o mesmo raciocínio do circuit breaker na bolsa de valores, que é quando os negócios são suspensos por conta da oscilação do principal índice da B3 (Ibovespa) em relação ao fechamento da véspera. Se depois desse período a negociação reabrir e a queda atingir 15%, os negócios são suspensos por uma hora.
Por conta da suspensão, alguns investidores mais novatos no Tesouro Direto chegaram a ficar receosos com a possibilidade de perdas. Afinal, apesar da aplicação ser considerada uma das mais seguras do mercado financeiro, o preço dos títulos oscila como qualquer ativo no mercado. Vale lembrar que a rentabilidade informada no momento da compra dos títulos só é garantida se o investidor mantiver os papéis até a data de vencimento. Se forem vendidos antes, ele terá que se render à lei da oferta e da procura.
É por isso que a interrupção da negociação é necessária e positiva, já que, na prática, reduz o risco de prejuízo para quem quer vender o título antes do vencimento. O mecanismo também ajuda a diminuir a histeria que, às vezes, toma conta do mercado. Ao perceber que a rentabilidade do título caiu, algumas pessoas se desesperam. Com a cabeça mais fria e mais tempo para entender fatos novos, a razão tende a sobrepor a emoção. Além disso, as perdas são ainda mais prováveis porque os valores dos títulos negociados no Tesouro Direto não são atualizados minuto a minuto, mas apenas três vezes por dia, o que num mercado muito nervoso pode fazer o investidor negociar às cegas.
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