Em 2020, as ofertas públicas na bolsa brasileira movimentaram R$ 119,3 bilhões. Muitas delas estavam estreando na B3 e foi o maior número desde 2007, apesar da situação causada pela pandemia.
Para entender mais sobre o que estamos falando, você precisará saber o que é um IPO. Somente IPOs (Empresas estreantes), o volume foi de R$ 45,3 bi em 2020.
Ao entender como funciona essa oferta pública, você terá muito muito mais subsídios para analisar essa alternativa. Assim, poderá definir se o investimento num IPO de determinada empresa faz sentido para a sua carteira.
Para começar, vamos entender o que é uma oferta pública. Ela acontece quando são disponibilizadas ações ou cotas de fundos de investimento no mercado de capitais. O processo pode ser de dois tipos: oferta pública primária ou oferta pública secundária.
A primeira situação ocorre quando a negociação envolve a emissão de novas ações ou cotas. Então, o dinheiro captado segue para a empresa ou para o fundo.
Na oferta secundária, por sua vez, não são emitidas novas ações de empresas ou cotas de fundos, mas vendidos papéis ou cotas já existentes.
Geralmente, são disponibilizadas por um sócio majoritário que quer diminuir sua participação na empresa ou no fundo. Assim, o capital não é direcionado à empresa ou ao fundo, mas ao investidor que efetuou a venda.
As ofertas públicas recebem esse nome porque são realizadas de maneira amplamente divulgada, com acesso amplo aos investidores. Ou seja, qualquer pessoa que se interessar e que esteja habilitada pode investir.
A divulgação deve ser ampla, em meios de comunicação de massa. Ela tem a intenção de garantir que o máximo de pessoas do mercado saiba do evento e tenha a chance de participar.
É verdade que existem também as ofertas públicas de esforços restritos para investidores profissionais, mas não vamos focar nesse tipo de oferta nesse artigo.
Ao adquirir as ações ou cotas em uma oferta pública, o investidor compra o direito de participação nos resultados da empresa ou fundo — seja por valorização no preço, por dividendos ou por juros sobre capital próprio, se houver.
Como você viu até aqui, estamos falando das ofertas públicas de ações e de cotas de fundos de investimento, ofertas públicas que estão relacionadas à bolsa de valores. Mas não são todos os ativos que podem ser negociados dessa maneira. Assim, você não encontrará ofertas públicas de renda fixa, como debêntures ou de certificados de recebíveis (CRI ou CRA) ou de derivativos na bolsa, por exemplo.
Quando o assunto é ofertas públicas na bolsa, no entanto, é preciso entender o que é IPO. A sigla significa initial public offering ou oferta pública inicial. Então, ela representa exatamente essa primeira negociação de ações ou cotas de um fundo na bolsa de valores.
Ou seja, ela acontece quando uma empresa passa a oferecer suas ações no mercado. O processo também é conhecido como estreia na bolsa, já que os papéis são negociados de maneira inédita. A partir de então, eles estarão disponíveis para a compra e venda ao longo dos próximos pregões.
Quando a empresa está fazendo um IPO com oferta primária, ela realiza essa oferta para captar recursos. O dinheiro pode ser usado para crescimento e expansão do negócio. A oferta das ações na bolsa também pode ser um meio de se consolidar no mercado e de atrair mais atenção e interesse por parte do público.
Participar de ofertas públicas, como IPOs, é uma alternativa que traz pontos positivos, mas também desvantagens. Entre os benefícios, está a chance de investir em ações ou fundos imobiliários por um preço potencialmente menor.
Afinal, é comum que a faixa de preços do IPO fique abaixo da projeção do valor de mercado inicial — a fim de atrair mais pessoas. Isso pode indicar potencial de valorização. Muitas vezes, há crescimento interessante do valor das ações após o IPO.
Além disso, investir em uma oferta pública inicial permite que você aproveite os resultados de uma empresa desde a sua estreia na bolsa, recebendo dividendos, por exemplo. Contudo, nada disso é garantido. Tanto a valorização quanto a distribuição de dividendos podem não acontecer.
Lembre-se de que há bastante incerteza na renda variável. Assim como é possível obter ganhos, também há o risco de perdas.
No IPO isso é potencializado, pois o negócio ainda não está consolidado na bolsa. Além disso, outra desvantagem é que você terá apenas os dados informados no prospecto da oferta da empresa para analisar.
Sabendo o que é IPO, é preciso ponderar se vale a pena participar desse tipo de oferta pública. Tudo depende do seu perfil, pois o investimento na bolsa de valores traz riscos maiores. Se não estiver relacionado à sua tolerância a correr maiores riscos, pode não ser oportuno investir.
Além disso, é importante avaliar as alternativas. Veja quais são as empresas que pretendem abrir capital, confira a situação delas, conheça a avaliação de analistas do mercado e cheque o prospecto inicial antes de decidir.
Para participar de um IPO é preciso ter uma conta em uma corretora. Depois, você deverá fazer a reserva da quantidade de ações ou cotas que pretende adquirir. Informe isso à instituição, pois ela é a responsável por essa comunicação.
Você também pode definir o preço que deseja pagar e, se ele estiver de acordo com o preço definido na operação, será possível participar da oferta. Se a demanda por ativos for maior que o volume disponível, o IPO acontecerá e os investidores podem receber apenas uma proporção do que reservaram.
Com tudo certo nessas etapas, ocorre a aquisição das ações ou cotas. Assim que elas passarem a integrar sua carteira você poderá começar a participar dos resultados.
Agora você sabe o que é um IPO e os prós e contras de investir por meio de uma oferta pública.
Contudo, lembre-se sempre que, apesar das oportunidades, é fundamental avaliar com cuidado cada oferta e identificar se, de fato, participar de cada uma delas faz sentido para a sua estratégia e objetivos financeiros.
Para uma escolha consciente, aprenda a fazer a análise fundamentalista e use-a a seu favor!
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