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Você está na casa dos 20 ou 30 anos, saído há pouco da faculdade, começando uma carreira profissional. Você precisa estudar mais – fazer cursos, uma pós-graduação, um intercâmbio, o que for. Você também quer aproveitar o tempo com seus amigos, se divertir e conhecer lugares novos. Nessa brincadeira, você consome quase todo o seu salário de recém-formado. Não sobra tempo nem dinheiro para investir pensando no longo prazo – a sua aposentadoria.

Mas tudo bem. Faltam décadas para esse momento chegar e, até lá, você terá tempo de sobra para começar. Certo?

Errado!


Como assim? Já preciso pensar na aposentadoria?
Nunca é cedo demais para planejar o futuro. E, sejamos francos: todo mundo, no fundo, sabe disso. Quem começa a poupar logo tem o tempo a seu favor – e tempo, nesse caso, é dinheiro mesmo. Dá para guardar de pouco em pouco, e o rendimento faz as aplicações se tornarem muito mais atrativas no longo prazo. Quando a aposentadoria chegar, o sujeito terá um belo colchão de segurança e estará tranquilo – com ou sem reforma da previdência nesse meio tempo.

Isso não parece óbvio? É verdade. Mas o fato é que apenas a menor parte das pessoas para e pensa nisso com antecedência. A pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro”, conduzida pela ANBIMA com apoio do instituto de pesquisas Datafolha, mostra que os brasileiros não se preparam para a velhice. Dois terços das pessoas entrevistadas afirmam que estão preocupados com a aposentadoria, mas quase metade diz que vai contar com a previdência pública – o INSS – para se sustentar nessa fase da vida.

Dá para contar com a previdência pública para viver bem?

Considerando as regras atuais do sistema, o benefício dos trabalhadores é reduzido em pelo menos 30% em comparação com o último salário, para todo mundo que ganha até por volta de R$ 6,6 mil. O cálculo, da consultoria Mercer Gama, é estimado para homens com 60 anos de idade e 35 de contribuição e mulheres com 55 anos e 30 de contribuição.

Fica fácil fazer as contas. Quem encerra a trajetória profissional com um salário de R$ 2.500 se aposenta ganhando R$ 1.725. E terminamos com a pergunta original: dá mesmo para contar com a previdência pública para viver bem na velhice?

Preparar-se com antecedência é fundamental, o que não significa que seja fácil. O mais comum é que as pessoas acabem sendo traídas pelas próprias emoções. É natural do ser humano agir pensando no que é imediato. Por isso, parece tão mais satisfatório parcelar a compra para ter um objeto de desejo hoje do que poupar para comprá-lo à vista daqui um ou dois meses.

Com os investimentos de longo prazo, a dinâmica é exatamente a mesma. Mas um pouco de contato com a realidade talvez ajude a superar essa tendência. Cerca de 46% das pessoas que estão na ativa acham que suas despesas vão crescer quando se aposentarem, segundo a pesquisa da ANBIMA. Na prática, isso acontece com muito mais gente: 61% das pessoas que já estão aposentadas perceberam que seus gastos aumentaram nessa fase da vida.

A tendência é de que uma parcela das pessoas tenha de continuar trabalhando mesmo depois de aposentado – já que pouca gente acredita que poderá contar com aplicações financeiras (10%) ou previdência privada (6%) para se bancar na velhice. Se você pretende estar nesse grupo, essas cinco dicas são valiosas para você:

– Comece um planejamento financeiro o quanto antes. Nunca é muito cedo (nem tarde demais)

– Poupe sempre, mesmo se for um valor pequeno ou variável

– Aumente o quanto guarda para a aposentadoria na medida em que seus ganhos crescerem (dica extra: faça isso sempre que tiver um reajuste de salário)

– Procure aplicações com prazo compatível com o período em que presente se aposentar

– Peça ajuda de um especialista, caso sinta que a tarefa é difícil demais para encarar sozinho

Com informações do jornal Estado de Minas

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