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Seja para investir ou especular, é importante que o interessado em fazer negociações na B3 (a bolsa de valores brasileira) conheça e utilize algum tipo de estratégia operacional. Afinal, os riscos nesse ambiente costumam ser maiores, especialmente porque os preços oscilam com mais força.

As estratégias mais conhecidas entre os operadores são a arbitragem, a especulação financeira e o hedge. Você já ouviu falar sobre elas? Aprender o conceito e as diferenças entre essas possibilidades é fundamental para que você saiba quando e como utilizá-las no seu dia a dia.

Portanto, continue a leitura e confira o que é arbitragem, especulação financeira e hedge no mercado. Aproveite para entender como definir se alguma dessas estratégias é adequada pra você.

Boa leitura!

O que é arbitragem, especulação financeira e hedge?

Na bolsa de valores, a precificação de ativos e derivativos financeiros é feita de acordo com a lei da oferta e da demanda. Isso significa que o preço de ações, opções, fundos imobiliários (FIIs) e fundos de índice (ETFs), por exemplo, podem subir e cair conforme o ânimo do mercado.

Nesse contexto, quando muitas pessoas estão comprando, a tendência é que o preço dos ativos e derivativos aumente diante da escassez gerada. Mas, se muitos estão vendendo, é esperado que as cotações caiam, já que haverá um excesso de ofertas. Essa é a chamada lei de oferta e demanda.

As frequentes oscilações de preços permitem que investidores e especuladores realizem lucros ou prejuízos com a compra e venda de ativos e derivativos na bolsa.

Diante disso, para operar na bolsa de valores pode ser interessante aprender a usar estratégias como arbitragem, especulação financeira e hedge. Entenda mais sobre cada uma delas abaixo!

Arbitragem

A arbitragem é uma estratégia que consiste em identificar diferenças de preços de um ativo negociado em diferentes mercados. O objetivo é comprar o ativo no mercado no qual ele está com preço menor para vendê-lo onde o preço está mais elevado, aproveitando a diferença entre as cotações.

Por exemplo: a Petrobras é uma empresa brasileira listada na B3 e na NYSE (New York Stock Exchange) — uma das bolsas norte-americanas — por meio de ADRs (american depositary receipts). Esses são certificados negociados nos Estados Unidos com lastro em investimentos estrangeiros.

Quem usa a estratégia de arbitragem pode explorar a eventual assimetria de preços entre as ações (negociadas em reais) e os ADRs (negociados em dólar) da Petrobras. Ou seja, a intenção é comprar o ativo com o menor preço e vender aquele com maior cotação, lucrando com a diferença entre eles.

Essas operações costumam ser feitas por investidores profissionais como os gestores de fundos de investimento, por exemplo.

Especulação financeira

No mercado financeiro, você encontrará dois principais participantes: o investidor e o especulador. O investidor é aquele que visa obter ganhos em um maior horizonte de tempo, realizando investimentos de longo prazo.

Por sua vez, o especulador (também chamado de trader) busca ganhos no curto ou curtíssimo prazo — aproveitando a volatilidade do mercado. Nesse sentido, ele pode comprar uma ação no período da manhã e vendê-la após a sua valorização no período da tarde, por exemplo.

Isso pode ser feito no mesmo pregão (day trade) ou em dias diferentes (swing trade). A tomada de decisão geralmente é feita com base na leitura das movimentações dos preços por meio de gráficos (análise técnica) para essas operações de curto prazo.

Hedge

O hedge é uma estratégia usada para proteção de um investimento ou de um portfólio. Como você viu, o investidor é aquele que deixa o seu capital alocado em uma alternativa por um longo período, sujeitando-se aos riscos do mercado.

Se o preço do ativo cair, ele estará diante da possibilidade de ter prejuízos financeiros — caso se desfaça do investimento. Para evitar que isso aconteça, o investidor pode proteger o seu investimento comprando um ativo ou derivativo que tenha uma correlação negativa.

Por exemplo: se um investidor compra BDRs, ele está sujeito à variação do câmbio, então ele pode fazer um hedge cambial vendendo contratos futuros de dólar para se proteger da queda das verdinhas, por exemplo, minimizando seus riscos.

Quais são as principais diferenças entre essas estratégias?

Depois de ver o que são e como funcionam as estratégias de arbitragem, especulação financeira e hedge, ainda falta conferir quais são as suas principais diferenças.

A principal distinção entre as estratégias aprendidas é o objetivo de cada uma delas. No caso da arbitragem, o foco é se beneficiar das diferenças de preços de um mesmo ativo em vários mercados. 

Já a especulação visa aproveitar a volatilidade da bolsa em busca de ganhos financeiros rápidos.

Em contrapartida, o objetivo do hedge é proteger um investimento ou uma carteira das oscilações de preço ao longo do tempo. Ou seja, cada estratégia tende a ser usada em uma situação diferente.

No que diz respeito aos riscos, a especulação é considerada a alternativa mais arriscada. Isso porque o prazo operacional é relativamente menor, forçando tomadas de decisões mais rápidas. Ainda, o mercado pode não se movimentar como esperado.

A arbitragem também envolve riscos elevados, mas que tendem a ser menores que na especulação. Afinal, ela é realizada ao encontrar preços distintos para o mesmo ativo. Porém, as distorções nas cotações podem se resolver rapidamente, fazendo com que não seja possível obter os lucros.

Já o risco do hedge é menor, pois a sua proposta não é se posicionar no mercado para obter elevados ganhos financeiros, mas sim evitar a realização de grandes prejuízos. Isto é, ao mesmo tempo que o hedge reduz os prejuízos, ele limita os ganhos.

Como saber qual estratégia seguir?

Após absorver todo o conteúdo até aqui, talvez você ainda tenha dúvidas se essas estratégias fazem sentido pra você e sobre como saber qual estratégia seguir, se for o caso, certo?

Na realidade, a escolha dependerá do seu perfil de investidor, objetivos financeiros e horizonte de investimento. Saber o seu perfil é essencial para descobrir o seu apetite aos riscos, o que evitará a escolha de uma estratégia que não seja compatível com ele.

O mesmo acontece ao definir os seus objetivos e horizonte de investimento. Por exemplo, para obter ganhos financeiros rápidos, o uso da arbitragem ou especulação pode fazer mais sentido. Agora, para proteção da carteira, o hedge poderá ser a escolha ideal.

E você também não precisa se limitar a usar apenas uma dessas estratégias. É possível até mesmo utilizar as três simultaneamente, desde que elas se alinhem com o seu perfil, objetivos financeiros, e horizonte de investimento, beleza?

Você conseguiu compreender com clareza o conceito e as diferenças existentes entre arbitragem, especulação financeira e hedge? Então não deixe de usar os conceitos aprendidos, quando for preciso!

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