Sabe o limite que o banco oferece quanto sua conta está quase zerada? Por exemplo, você não tem um centavo e, como num passe de mágica, aparece um valor “disponível” para usar.

Esse dinheiro que fica à disposição e costuma aparecer no extrato da conta corrente é uma das linhas de crédito mais caras, ao lado do famoso rotativo do cartão de crédito.

Para se ter uma ideia, em março deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos nessa modalidade era de 324,7% ao ano, conforme dados do Banco Central. Lembre-se de que essa é a taxa média. Há casos em que os juros ultrapassam  500% ao ano.

Vem mudança por aí!

Assim como ocorreu com o rotativo do cartão no ano passado, o cheque especial terá novas regras, anunciadas em abril pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). As alterações entram em vigor em 1º de julho. Veja o que muda:

• Bancos serão obrigados a disponibilizar, a qualquer tempo, opções para pagamento do saldo devedor no cheque especial, inclusive por meio de parcelamento, “em condições mais vantajosas” àquelas praticadas no cheque especial em relação à cobrança de encargos financeiros.
• Se o cliente usar mais de 15% do limite disponível no cheque especial durante 30 dias consecutivos, o banco deve oferecer alternativas mais baratas e vantajosas para o pagamento do saldo devedor como empréstimos. Essa regra vale somente para dívidas acima de R$ 200. O cliente pode aceitar ou não a proposta feita pela instituição financeira.
• A oferta de novas opções para pagamento do cheque especial deve ocorrer em até cinco dias úteis, a contar da data em que foi constatado que o cliente entrou no cheque especial.
• Caso o cliente não aceite e continue usando a linha, os bancos terão de reiterar a oferta a cada 30 dias.
• Se o cliente optar pelo parcelamento da dívida do cheque especial, os bancos podem ou não manter esse limite de crédito ao consumidor.

Transparência

As novas regras também destacam que os bancos vão desenvolver ações de educação financeira relacionadas ao cheque especial, enfatizando que essa linha é voltada para situações de emergência e uso temporário.

Independentemente do valor contratado, caso o cliente utilize o cheque especial, a instituição financeira deve comunicar o consumidor alertando-o sobre a contratação desse produto e também a respeito do uso consciente da linha de crédito, de maneira emergencial e temporária.

Bola de neve

Mesmo com as mudanças previstas, especialistas em finanças pessoais são unânimes: fuja de linhas de crédito caras, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito. Se usada por muito tempo, a dívida torna-se uma verdadeira bola de neve e isso traz dor de cabeça.

Em situações como essas, o ideal é procurar empréstimos com juros mais baixos, como crédito pessoal, consignado ou mesmo crédito online. Também vale a pena tentar renegociar a dívida junto ao banco.

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