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Você sabe o que é prestidigitação? E debêntures? Não, uma coisa não tem nada a ver com a outra, a não ser o fato de que ambas são palavras super esquisitas, destas que a gente tem até medo de falar. Mas que na verdade possuem significados bem simples. A primeira é só um sinônimo difícil para “mágica”. E debêntures nada mais são que títulos de dívida emitidos por empresas privadas de diversos setores.

 

 

Um dos nossos prestidigitadores preferidos.

 

Funciona assim: ao aplicar em uma debênture, o investidor faz uma espécie de empréstimo à companhia que emitiu aquele papel. Ou seja, torna-se credor da empresa, para que ela consiga financiar seus projetos. Em troca, ele recebe pagamento de juros (remuneração) pela quantia aplicada.

Para as empresas, a emissão de debênture é uma forma de captar recursos, seja com o objetivo de investir na expansão dos negócios, seja para garantir fôlego financeiro no dia a dia.

Quanto rende?

 

Assim como títulos públicos do Tesouro Direto, as debêntures podem ser pós-fixadas, prefixadas ou híbridas (mistura de pós com prefixado). Vamos explicar melhor:

– Pós-fixadas: quando as debêntures são pós-fixadas, isso quer dizer que sua remuneração está vinculada a algum tipo de índice ou indicador, por exemplo, CDI (referencial para aplicações de renda fixa ou Selic (taxa básica de juros da economia), isto é, não dá para saber antecipadamente quanto vai se receber pelo dinheiro investido. Nesses casos, o retorno da aplicação vai depender da variação do indicador no período do título (data da emissão até o vencimento da debênture). Este retorno pode não corresponder exatamente à variação do indicador, podendo ser maior ou menor do que este rendimento (exemplo: render 90% do DI ou 110% do DI).

– Prefixadas: diferentemente das pós-fixadas, as debêntures prefixadas têm a rentabilidade definida no momento da emissão do papel. Ou seja, o investidor sabe de antemão qual será o rendimento do título (exemplo, 8% ao ano).

– Híbridas: as debêntures híbridas misturam uma parte pós-fixada (atrelada a um indicador) com outra prefixada. Por exemplo: o título paga uma taxa prefixada de 5% mais a correção pelo IPCA, índice oficial de inflação.

Quanto custa?

Algumas corretoras podem cobrar taxa de intermediação e de custódia pela negociação de debêntures, mas vale a pena pesquisar porque muitas isentam o investidor desse custo.

Ainda assim, é preciso pagar IR (Imposto de Renda), assim como em outras aplicações de renda fixa. A mordida do Leão segue a tabela regressiva, cujas alíquotas diminuem com o tempo e incidem apenas sobre o rendimento.

Hoje já é possível encontrar debêntures com valores baixos para aplicação inicial.

Tem risco?

 

 

O principal risco das debêntures é o chamado risco de crédito, isto é, tomar calote da empresa que emitiu o título. Por isso, atenção aos rendimentos oferecidos em uma debênture. Geralmente, quanto maior a rentabilidade, maior tende a ser o risco de crédito.

Outro risco importante é o de liquidez. Embora seja possível vender uma debênture no mercado secundário antes do prazo, os preços dos títulos variam diariamente e há o risco do investidor ter prejuízo.

Mas tem garantia do FGC?

Não. Diferentemente de papéis como CDB, LCI e LCA, as debêntures não estão cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) porque não são emitidas por instituições financeiras, e sim por empresas privadas.

Mesmo assim, há quatro tipos de garantias que as companhias emissoras oferecem ao investidor: garantia real (bens ou ativos, que não podem ser negociados); garantia flutuante (bens que podem ser negociados); garantia quirografária (não há garantira de bens ou ativos); garantia subordinada (bens não garantem também, mas em caso de liquidação da empresa, a garantia quirografária vem antes da subordinada).

Debêntures brilharam em 2017

Em 2017, as empresas brasileiras captaram R$ 90,8 bilhões por meio de operações com debêntures, o volume mais alto da série histórica da ANBIMA, iniciada em 2002. Esse montante representou crescimento de 49,8% no total de emissões na comparação com 2016, fruto dos juros menores, que tornam mais barato o custo de captação por parte das empresas.

 

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