O cenário de juros mais baixos tem levado o brasileiro a diversificar a carteira de investimentos. Isso porque a queda da taxa básica de juros (Selic), atualmente no menor patamar da história (6,5% ao ano), faz com que as aplicações de renda fixa mais conservadoras, como a caderneta de poupança, tenham rendimento menor.
No ano passado, por exemplo, o volume de dinheiro aplicado em fundos de investimento cresceu 27% em relação a 2016, de acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Com isso, a maior parcela dos recursos aplicados pelos brasileiros* (38,4%) passou a ser destinada a esse tipo de produto. Nesse bolo, vale lembrar, são considerados investimentos nas diversas categorias de fundos, incluindo renda fixa, ações, multimercados e cambiais.
A boa e velha caderneta de poupança aparece em segundo lugar na preferência dos brasileiros, respondendo por 26% do volume total aplicado pelos investidores. Mesmo com o cenário de queda dos juros, a queridinha dos brasileiros manteve avanço nas aplicações, com alta de 9% em 2017.
Já as aplicações em títulos e valores mobiliários (aqueles emitidos a partir de dívidas de empresas) caíram 1% no ano passado. Nesse grupo, além de papéis como o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), são consideradas as operações compromissadas, que foram responsáveis por essa queda nas aplicações. Basicamente, as compromissadas são operações de compra ou venda de títulos com compromisso de recompra ou revenda dos mesmos papéis em uma data futura.
No segmento varejo, onde se concentra o maior volume de aplicações financeiras, o montante investido cresceu 9,5% em 2017, com um avanço de 5,9% no número de contas. Entre esse público, a poupança é responsável pela maior fatia do dinheiro aplicado (39,2%) e 85% dos clientes investem na tradicional caderneta.
Apesar da predominância da poupança, os investimentos em fundos cresceram bastante no varejo no ano passado, com avanço de 32,8%. O bom resultado foi puxado pelos fundos multimercados, que cresceram 117,1% em 2017. Mais um sinal de que o brasileiro buscou opções para ter um rendimento melhor no cenário de queda dos juros.
Por outro lado, houve queda nas aplicações em operações compromissadas (43,8%). Também caíram os investimentos em títulos isentos de Imposto de Renda (IR), como Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), cujas aplicações recuaram 40,2% e 10,1%, respectivamente. Esses dois últimos, que investem em ativos do agronegócio e do setor imobiliário, sofreram com a falta de lastro nesses mercados.
*não estão incluídos nessa estatística os fundos de previdência.
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