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Quando você assiste ao jornal ou lê as notícias, já deve ter visto que a bolsa de valores apresentou alta ou queda. Ao fazer compras no supermercado, provavelmente percebeu que os preços aumentaram ou reduziram. Ao ler sobre investimentos, percebeu que precisa considerar sua tolerância ao risco. O que todas essas situações têm em comum? A volatilidade.

Esse termo se refere à oscilação de valores. No mercado financeiro, tem relação direta com risco e retorno. Em outras palavras, é um fator importante para determinar quanto você vai receber ao final do período investido, tanto na renda fixa quanto na variável.

A questão é: como essa variação influencia os seus investimentos e como ela afeta a sua rentabilidade? É o que vamos explicar neste artigo.

O conceito de volatilidade

A volatilidade se refere à oscilação de um ativo financeiro, ou seja, a queda ou a alta da variação do preço de um título. É um indicador financeiro que mostra se você corre mais ou menos riscos ao investir em um papel específico.

Ficou muito confuso? Vamos tentar facilitar. Imagine que você precisa comprar um liquidificador. O preço original do modelo que deseja é R$ 200. Você pesquisa e vê que determinada loja vende esse item por R$ 120 em promoção — um desconto de R$ 80.

O problema é que, no momento, você não tem dinheiro para fazer a compra. Por isso, aguarda alguns dias até receber o salário. Depois desse período, procura o liquidificador na loja e ele está por R$ 210, mais caro que o preço normal.

Isso acontece por conta da volatilidade. A diferença é que, quando falamos em mercado financeiro, esse conceito se refere à mudança de preços dos títulos que você adquire. Porém, também é possível ganhar ou perder, a depender do momento em que faz a compra e a venda do papel.

A relação da volatilidade com a renda fixa e a variável

As duas categorias oferecem diferentes níveis de oscilação de preços. A renda fixa apresenta baixa variação, com isso, a chance de você receber o valor acordado no vencimento é maior. É o que acontece quando você investe no Tesouro Direto, por exemplo, que tem o emissor mais confiável: o governo.

Por outro lado, os títulos da renda variável — como as ações — apresentam alta oscilação. Isso significa que você tem um potencial de ganhos maior, mas também pode perder dinheiro com mais facilidade.

Na prática, o que acontece é o seguinte: com a renda fixa, é praticamente certo o lucro com o investimento; com a variável, há uma chance maior de prejuízos. Esses exemplos mostram que a volatilidade consiste em uma medida de risco que sinaliza o possível comportamento do ativo.

Ele pode aumentar ou diminuir de preço após sua compra. Tudo depende de uma série dos fatores que influenciam o mercado, como investimentos externos e política econômica. Você não precisa saber tudo isso. Basta entender que determinadas aplicações financeiras oferecem uma chance maior de sofrer perdas.

Para ficar mais claro, vamos apresentar algumas possibilidades a seguir e trazer a explicação como a volatilidade funciona. É só continuar lendo!

A volatilidade dos fundos de investimento

Considerar a oscilação dos fundos de investimento é fundamental para evitar perdas. Como eles são gerenciados por um profissional especializado, seguem uma política estabelecida. Por isso, é importante conhecê-la para saber se os ativos são mais ou menos arriscados.

Existem fundos de investimento que aplicam somente na renda fixa. Eles são bastante seguros e há menor chance de perdas. Por sua vez, o seu lucro tende a ser menor. Um exemplo claro de como isso funciona é a compra de um apartamento.

Na hora de procurar esse imóvel, você pode escolher um que já esteja pronto e disponível para moradia. Ele tem um valor mais caro, oferece poucas possibilidades de personalização e tem um potencial de valorização pequeno. No entanto, é possível se mudar agora. É uma aquisição segura, em que você fica satisfeito em pouco tempo.

Por outro lado, você pode adquirir o apartamento na planta. Ele tem um potencial de valorização maior. Por isso, a chance de você vendê-lo no futuro com uma boa margem de lucro é alta. Além disso, você pode personalizar alguns itens da construção para ficar como deseja.

O problema está nos riscos que você corre. A obra pode atrasar, a construtora pode falir ou ter problemas financeiros, será preciso arcar com o pagamento do financiamento e mais o aluguel da moradia atual etc.

Perceba que os dois modelos têm pontos positivos e negativos. Basta saber o que deseja. Em ambos os casos, a volatilidade também está presente. Na compra do imóvel pronto — que representa a renda fixa —, ela é pequena. A aquisição na planta — que é a renda variável — tem uma oscilação maior.

De modo geral, quanto maior for a porcentagem nas aplicações de renda fixa, menor a variação e mais seguros são os seus ganhos. Por sua vez, se o investimento dos fundos for maior na renda variável, mais volatilidade apresenta e mais altos são os riscos implicados.

Por isso, na hora de definir o melhor fundo de investimento, você deve considerar a volatilidade, em vez de focar apenas os resultados dos últimos períodos.

A volatilidade no mercado de ações

O mercado de capitais tende a apresentar ampla oscilação dos valores. Por isso, é preciso estudar os investimentos e conhecer a potencial variação para saber quais riscos corre ao aplicar seu dinheiro.

É possível comparar o mercado de ações a uma corrida de fórmula 1. Quando você assiste, sabe que tudo pode acontecer. Determinado piloto está à frente, mas está suscetível a uma manobra errada que o faz perder posições.

Com a renda variável, é a mesma ideia. Nesse mercado, você tem a chance de adquirir um ativo de valor mais baixo, que tende a trazer um lucro menor — é a mesma coisa que apostar em um piloto ruim, que fica sempre nas últimas posições.

Ainda e possível escolher um dos melhores pilotos, que tem uma grande chance de vencer. Porém, ele pode ter um problema e perder espaço na corrida. Para evitar esse prejuízo, é necessário considerar as boas perspectivas de venda.

Perceba que a oscilação não indica apenas se você vai perder, mas se terá boas oportunidades de ganhos com a venda ou a compra de um ativo. Um exemplo é a abertura de capital de uma empresa conhecida no mercado. Ao adquirir os títulos na Oferta Pública Inicial (IPO), você compra as ações por um valor menor e tem a oportunidade de vendê-las no futuro por um preço mais alto.

A volatilidade do Tesouro Direto

Ainda que apresente menos variação, o Tesouro Direto também sofre algumas oscilações. A principal característica é a segurança maior do retorno, especialmente quando o investimento for pós-fixado e atrelado à Selic, taxa básica de juros da economia.

Por outro lado, a volatilidade existe em casos especiais. Um exemplo são os períodos em que o governo suspendeu o sistema pela variação das taxas. Isso ocorreu em 2015, quando o IPCA aumentou 0,99%, em vez do 0,82% esperado. Assim, os negócios foram interrompidos por alguns dias para haver a estabilização das aplicações financeiras.

Investir no Tesouro Direto é similar a fazer uma compra mensal no supermercado que sempre vai. Você sabe quanto vai gastar e não tem surpresas.

A volatilidade cambial

No mercado de câmbio, a oscilação das taxas impacta o valor das moedas. O principal é a variação do dólar, que afeta importações, exportações e investidores.

A depender dos resultados obtidos durante determinado período, a inflação pode aumentar devido à volatilidade cambial. Isso porque mais produtos são importados.

É por isso que você vai comprar um produto importado hoje e ele está por R$ 30, mas pode aumentar para R$ 40 na semana seguinte. A prerrogativa é a mesma, porque as moedas internacionais influenciam no resultado dessas mercadorias e também no seu retorno, quando você aplica na modalidade de câmbio.

A volatilidade de curto prazo

É uma variação relacionada, principalmente, aos investimentos com capacidade de render mais que a Selic. Os principais ativos são ações, commodities e os derivativos.

A oscilação de curto é verificada, principalmente, nas operações de day trade. No entanto, ela interfere em outras transações e requer a aplicação de estratégias bem elaboradas para reduzir o risco dos investimentos.

Se você lembra dos anos 1980 e começo dos 1990, sabe bem o que é a volatilidade de curto prazo. Um produto custava X cruzados no mercado no período da manhã e de tarde já chegava a X + Y. Os preços eram remarcados com frequência, ou seja, a oscilação era constante, o que fazia seu dinheiro valer cada menos.

A diferença para os ativos é que, aqui, você também pode ganhar de forma inesperada. No entanto, o risco que se corre é maior. Por isso, é uma modalidade indicada para quem deseja acompanhar as variações.

O impacto da volatilidade para os investidores

Os conceitos de variação do preço dos ativos influenciam os seus investimentos. Como apresentamos, há uma relação direta com o risco e o retorno. Afinal, quanto maior for a possibilidade de perdas, maior é o potencial de ganhos e mais elevadas são as oscilações.

O inverso também acontece, no entanto, é importante saber que a volatilidade não é sinônimo de risco. Esses conceitos estão apenas inter-relacionados. Assim, uma carteira formada em maior parte por ativos da renda fixa oscila pouco e não oferece um amplo potencial de perdas.

Assim, fica claro que entender a potencial variação dos investimentos é uma forma de calcular os riscos aos quais suas aplicações financeiras estão expostas. Isso também ajuda a planejar suas aplicações financeiras com o intuito de diversificar.

Desse modo, você equilibra risco e retorno. Por exemplo, em vez de formar uma carteira apenas com ativos da renda fixa, adquire alguns da renda variável, como ações, para aumentar o seu potencial de remuneração.

Por outro lado, se tiver uma carteira com mais títulos da renda variável, pode equilibrá-la com papéis do Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e outros ativos da renda fixa. Assim, aumenta a segurança do seu rendimento.

Lembre-se de que, aqui, vale a pena considerar o seu perfil de investidor. De toda forma, a regra é “não colocar os ovos em uma cesta só”. É assim que você aprende a lidar com as variações e as possíveis perdas.

Com esse conhecimento, você já consegue analisar se a volatilidade de um investimento está adequada às suas expectativas e se vale a pena aplicar o seu dinheiro. A partir disso, é só usar esse conceito a seu favor, a fim de maximizar o retorno e reduzir as perdas.

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